A Apae Brasil tem desempenhado um papel essencial na utilização da tecnologia para transformar o ambiente cultural e esportivo para as pessoas com deficiência. Por meio de parcerias com empresas e instituições de pesquisa, a organização tem buscado soluções inovadoras e adaptativas, garantindo que os assistidos tenham acesso a atividades de ambas as áreas de forma plena.
“Como a tecnologia pode transformar o ambiente cultural e esportivo para as pessoas com deficiência” é um dos oito assuntos que serão discutidos na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla de 2023, que terá como tema “Conectar e somar para construir inclusão”. Promovida pela Federação Nacional das Apaes (Fenapaes) desde 1963, entre os dias 21 e 28 de agosto, a campanha foi introduzida no calendário nacional pela Lei nº 13.585/2017.
O assessor técnico de Educação Física, Desporto e Lazer da Fenapaes, Roberto Soares, enfatiza que algumas ferramentas digitais têm impulsionado a promoção do esporte e a inclusão das pessoas com deficiência. "Um dos nossos objetivos é proporcionar autonomia, poder de decisão, oportunidades, experiências, vivências sociais e inclusão por meio do esporte. Para isso, temos algumas ferramentas que nos auxiliam no desenvolvimento metodológico das ações”, diz o assessor.
Entre os recursos, destacam-se grupos de aplicativos de mensagens instantâneas dos profissionais da Rede Apae Brasil nos três níveis federativos (nacional, estaduais e municipais), que desempenham uma função crucial na disseminação ágil e em tempo real das informações relevantes para a prática esportiva inclusiva.
Roberto Soares aponta outra medida importante: a divulgação de conteúdos bibliográficos específicos e digitais da área de Educação Física, Desporto e Lazer, construídos por profissionais da Rede. “Essa prática contribui significativamente para a capacitação contínua de nossos profissionais, promovendo a qualidade das atividades esportivas oferecidas e o aprimoramento da inclusão das pessoas com deficiência no contexto esportivo”, ressalta. Ele ainda conta que, durante a pandemia de Covid-19, essas ferramentas ganharam mais relevância, possibilitando uma forma eficiente de compartilhar conhecimento e manter a conexão entre os profissionais, mesmo em momentos de restrições nos atendimentos presenciais.
De acordo com o especialista, é primordial estar conectado com as inovações que facilitam e tornam as ações mais efetivas, viabilizando e expandindo o conhecimento. “Com todas essas ferramentas e inovações, os benefícios para os assistidos são notáveis. Acesso gratuito a conteúdos, formações e entretenimentos esportivos disponíveis em plataformas da Rede Apae e parceiros tornam possíveis fornecer um serviço com profissionais mais antenados e capacitados para entregar um produto de excelência”, conclui.
Arte e cultura
A tecnologia também tem sido uma grande aliada na democratização do acesso à informação cultural. “Por meio da internet e das redes sociais, as pessoas com deficiência podem participar de comunidades virtuais, trocar experiências, acessar conteúdos educativos e se atualizar sobre eventos e oficinas culturais. Essas ferramentas têm proporcionado a elas uma fonte valiosa de conhecimento”, destaca o assessor técnico de Arte e Cultura da Fenapaes, Sérgio Feldhaus.
Além disso, o especialista pontua que a produção e o compartilhamento de vídeos, por exemplo, é um bom palco para se adquirir visibilidade, oportunizando, assim, uma forma de inclusão. É o caso de Gabriel Vitor Conceição, malabarista assistido pela Apae de Campo Mourão (PR) e que atualmente integra o musical “Mônica 60”. O artista se apresentou no espetáculo on-line “Sou Arte”, que fez parte da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla de 2020. O vídeo da atuação foi encaminhado para o processo de seleção. “Exemplos como o do Gabriel Vitor mostram que a deficiência não é uma barreira para a expressão criativa”, frisa.
Sérgio Feldhaus ainda revela que em breve haverá cursos on-line de capacitação de profissionais para a área de arte e cultura. “Por meio desses cursos, nós pretendemos capacitar mais profissionais, que poderão contribuir ativamente para a criação de um ambiente cultural e artístico mais acessível e inclusivo para as pessoas com deficiência”, finaliza.
Tanto Roberto quanto Sérgio corroboram que a tecnologia tem desempenhado um papel singular na transformação do ambiente cultural e esportivo para as pessoas com deficiência, ampliando o acesso e promovendo oportunidades inclusivas. Além disso, frisam, atua na democratização da informação, fomentando a inclusão e estimulando as expressões artísticas e esportivas.
“Reconhecer e valorizar essas contribuições é de extrema importância, uma vez que elas possibilitam que as pessoas com deficiência desfrutem de uma vida repleta de oportunidades esportivas e culturais enriquecedoras”, acrescentam.
Apae Botucatu
Proibido cópia ou reprodução sem prévia autorização.
Todos os direitos reservados.