Dia Mundial do Autismo: Entenda o TEA e Seja Parte da Mudança
Postado em: 10/04/2025 10:39:03

Em 2 de abril, o mundo se ilumina de azul para o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Uma data para refletir, aprender e agir em prol de um mundo mais inclusivo para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mas você sabe o que realmente significa autismo ou TEA e como podemos fazer a diferença?

 

Por que a cor azul é a cor do autismo?

O azul foi escolhido porque o autismo atinge mais meninos do que meninas. Os dados atuais indicam uma proporção de 4 meninos para 1 menina. Além disso, o azul pode representar calma, ajudando o equilíbrio após um evento de sobrecarga sensorial.

O Abril Azul foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de envolver a comunidade, dar visibilidade e conscientizar sobre o autismo. Com uma sociedade mais consciente, podemos ter um ambiente menos preconceituoso e mais inclusivo.

O arco-íris, especialmente o símbolo do infinito colorido, também vem sendo utilizado para representar o autismo para reforçar que estamos falando de um espectro e não uma condição única. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas são autistas no mundo.

 

E o Cordão Girassol?

O cordão de girassol foi criado em 2016, em Londres, na Inglaterra. O cordão é uma faixa estreita de tecido verde com desenhos de girassóis. O objetivo do cordão de girassol é identificar quem possui qualquer deficiência que não é visível e por isso são de maior dificuldade de reconhecimento à primeira vista. Alguns transtornos desse tipo são o TEA, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), transtornos ligados à demência, fobias extremas, entre outras condições.

 

Autismo é novidade?

Com certeza, o autismo não é moda e não é novo. A palavra "autismo" vem do grego, onde "autós" significa "de si mesmo" e “ismo” doença. Essa palavra começou a ser usada em 1911 pelo médico Eugene Bleuler, para descrever crianças que pareciam viver em seu próprio mundo.

Na década de 1920, a médica Grunya Sukhareva publicou sobre suas investigações de crianças com”evitações patológicas”, notando inclusive questões sensoriais e diferenças entre meninos e meninas.

Nos anos 1940, os estudos de Leo Kanner e Hans Asperger ajudaram a reconhecer e definir o que hoje chamamos de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Nesse momento, o autismo era visto como um tipo de problema emocional. 

Foi só em 1980 que os médicos começaram a entender que era um transtorno do desenvolvimento. E, em 2013, com a chegada de novos manuais de diagnóstico, passamos a usar o termo "Transtorno do Espectro Autista" ou TEA para abranger a variedade de características do autismo.

 

O que é o TEA?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta o comportamento, a comunicação e a interação social. Falamos de espectro porque não há só um tipo de autismo, mas muitos subtipos e eles se manifestam de uma maneira única em cada pessoa. Cada pessoa com TEA é única, com suas próprias características e necessidades. 

  Hoje, o TEA é diagnosticado com base no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que classifica os sintomas em duas categorias principais: 

  1. prejuízo social e de comunicação; 

  2. padrões de comportamento restritos e repetitivos. 

Segundo pesquisas da Organização Mundial da Saúde, estima-se que em todo o mundo cerca de 1 em cada 100 crianças tenha autismo.

Não se sabe exatamente as causas do TEA. A herança genética é importante, mas também fatores ambientais parecem ter efeito significativo, especialmente na gravidez, como infecções, obesidade, abuso de álcool, por exemplo.

O que é bem comprovado é que as vacinas não causam autismo.

 

Desmistificando o Autismo

É hora de quebrar os mitos e estereótipos que cercam o autismo. Lembre-se:

  • Pessoas com TEA não são "todas iguais" e nem possuem "habilidades especiais" em todos os casos. 

  • É comum que pessoas com TEA apresentem outras doenças e condições associadas (comorbidades) - e não são sempre as mesmas, ou seja, uma pessoa com TEA também pode ter Altas Habilidades, Deficiência Intelectual ou epilepsia, entre outras.

  • Algumas pessoas não falam, mas outras podem ser grandes comunicadores. Podem ser meninos, mas meninas também.Muitas pessoas crescem sem saber que são autistas.

  • A diversidade é a marca do TEA, e cada indivíduo merece ser compreendido e respeitado em sua singularidade.

  • Pessoas com TEA, nascem e se desenvolvem com TEA - ninguém vira TEA por causa da educação ou quando adulto. 

  • O TEA não é uma doença contagiosa, ou seja, ninguém precisa se afastar de uma pessoa com TEA.

  • Já é possível identificar alguns sintomas do TEA na primeira infância e com a atenção precoce adequada essas crianças podem ganhar mais qualidade de vida para existirem no mundo feito para neurotípicos.

  • O diagnóstico tardio (quando adulto) não é frescura, mas pode ajudar a direcionar esforços para melhorar a interação e comunicação para uma melhor autopercepção e auto-estima, assim como adaptar comportamentos para uma maior qualidade de vida no mundo feito para neurotípicos.

  • Além  disso, apesar do nome do transtorno, as pessoas com TEA não estão isoladas do mundo. São pessoas que podem ter dificuldades ao interagir socialmente, mas não estão alheias ao mundo!

 

A Importância da Conscientização

A conscientização é o primeiro passo para a inclusão. Quando entendemos o TEA, podemos criar ambientes mais acolhedores e acessíveis, onde as pessoas autistas se sintam seguras e valorizadas. A inclusão não é apenas um direito, mas também uma oportunidade de enriquecer nossa sociedade com a diversidade de perspectivas e talentos.

 

Como Você Pode Fazer a Diferença

  • Informe-se: Busque conhecimento sobre o TEA em fontes confiáveis.

  • Seja Empático: Coloque-se no lugar do outro e pratique a escuta ativa.

  • Combata o Preconceito: Não tolere comentários ou atitudes discriminatórias.

  • Promova a Inclusão: Incentive a participação de pessoas com TEA em atividades sociais, culturais e profissionais.

Juntos, Podemos Construir um Mundo Melhor

 

O tema de 2025

“Informação gera empatia, empatia gera respeito!”  é o tema da campanha deste ano. A frase e a hashtag #RESPECTRO reforçam que o conhecimento é o caminho para derrubar preconceitos e promover respeito e inclusão para pessoas autistas.

Entender mais sobre o transtorno do espectro do autismo (TEA) nos ajuda a agir com empatia no dia a dia. Ensinar sobre o autismo, respeitando formas diferentes de comunicação ou adaptando ambientes de trabalho, cada atitude pode contribuir para uma sociedade mais acolhedora tanto para autistas, como para suas famílias e todos nós!

 

📚 Fontes:

Autismos nos museus

Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neuroimunomodulação (INCT-NIM)

Manual MSD

Organização Mundial da Saúde

Revista Autismo

(Artigos utilizados estão linkados no texto)

 

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Fonte: Vanessa Rigo - voluntária APAE/SBC

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