Você sabia que a saúde mental é fundamental para o bem-estar de todas as pessoas, incluindo aquelas com Deficiência Intelectual (DI)?
Neste artigo, vamos conversar sobre esse tal de Janeiro Branco, explicar as diferenças entre DI e doença mental, e mostrar como a saúde mental é essencial para todos e também para o desenvolvimento e a inclusão de pessoas com DI.
O início de cada ano é quando costumamos pensar sobre o que queremos melhorar em nossas vidas e rotinas. E por que não refletirmos sobre nossos hábitos, emoções e como podemos construir um ambiente mais saudável para nós e para as pessoas ao nosso redor?
Parece algo comum e tranquilo? Pois vou contar para você que no mundo todo esse é um tema urgente e nada simples!
Por um lado, problemas de saúde mental são muito comuns, afinal, podem ocorrer em qualquer ambiente, momento de vida, com pessoas próximas, eu, você, pessoas invisibilizadas ou famosas.
Por outro, apesar disso, ainda é enorme o preconceito com as pessoas que vivem com eles e o próprio assunto parece ser evitado. Esse estigma realmente impede o acesso a diagnóstico e ajuda necessária à recuperação, o que é um desafio ainda maior para comunidades que enfrentam os efeitos das desigualdades sociais.
No Brasil, a Campanha Janeiro Branco foi criada em 2014 por profissionais da sociedade civil e já é reconhecida como a maior campanha mundial dedicada à saúde mental. Além disso, em 2023, o governo brasileiro abraçou esses esforços com políticas públicas, por meio da Lei Federal 14.556/23.
Janeiro Branco busca desmistificar a importância de se falar e cuidar da mente, das emoções e do bem-estar. Lembrando: a saúde mental é um direito humano - e por isso, de todos!
Segundo a Organização Mundial de Saúde, “saúde mental é um estado de bem-estar” e a saúde de aspectos de seu “desenvolvimento, tais como: ter um conceito positivo sobre si, ter tanto habilidades para lidar com seus pensamentos e emoções, quanto para construir relações sociais, tendo uma atitude de se abrir para aprender e adquirir educação”.
Estamos falando, portanto, de qualidade de vida para um cotidiano saudável e significativo em qualquer idade, com respeito individual e coletivo às diferenças.
Esse tema, muitas vezes é considerado um tabu e como sociedade é mais comum darmos alguma atenção à saúde física e esquecemos que a mente também precisa de cuidados! Mas veja: nossos hábitos e relações, emoções, pensamentos e sentimentos também são partes fundamentais da nossa saúde. E para cuidarmos da mente é importante que possamos falar abertamente sobre eles.
A doença mental ou transtorno mental (psiquiátrico ou psicológico) é um termo que inclui muitas condições que causam alteração do humor, pensamento, emoções e comportamentos, causando angústia significativa à pessoa e afetam seu desempenho na sociedade.
Essas condições podem ou não ser incapacitantes e/ou permanentes. Algumas das principais doenças de saúde mental são a depressão, transtornos de ansiedade e distúrbios de personalidade, como o transtorno obsessivo-compulsivo. Outras condições psico-sociais importantes nesse grupo são os vícios e a neurodegeneração.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem com algum transtorno mental. Apenas o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou mais de 500 mil atendimentos psicossociais e psiquiátricos no país durante o ano de 2023.
Ainda assim, como um todo, ainda é amplamente subdiagnosticada, apesar de ser uma das principais causas de incapacidade a partir dos 5 anos. Atualmente há uma diversidade de tratamentos comprovados, principalmente com grupos de apoio e convivência, uso de psicoterapia e, eventualmente, medicamentos que poderão ser receitados por profissional capacitado para cada situação.
O mais importante: Você não está só! Procure ajuda.
É comum que as pessoas confundam Deficiência Intelectual (DI) com doença mental, mas é importante entender que são condições bem diferentes.
A Deficiência Intelectual (DI) é um transtorno do neurodesenvolvimento. Isso significa que é uma mudança no funcionamento da pessoa e se manifesta na infância. A pessoa com DI pode ter dificuldades (mas não impossibilidade) para aprender, se comunicar, realizar tarefas do dia a dia e interagir com o meio em que vive, mas, com o apoio adequado, ela pode se desenvolver e alcançar seu máximo potencial.
Já a doença mental é uma condição de saúde que afeta as emoções, o pensamento e o comportamento da pessoa, podendo surgir em qualquer fase da vida. Como pode ser impactada por contextos psico-sociais, quando falamos em DI, a doença mental pode ser sim ainda mais importante.
A Deficiência Intelectual (DI) é definida por um funcionamento intelectual (QI) abaixo da média, junto com a limitações no funcionamento adaptativo em pelo menos duas áreas:
Habilidades conceituais: linguagem, leitura, escrita, raciocínio.
Habilidades sociais: comunicação, interação social, empatia.
Habilidades práticas: autocuidado, vida doméstica ,lazer, trabalho.
Na DI, a pessoa apresenta um atraso no seu desenvolvimento, que se inicia antes dos 22 anos, ou seja, antes do amadurecimento do cérebro. Por isso, essa pessoa pode se comportar como se tivesse menos idade do que realmente tem.
Segundo a Classificação Internacional de Doenças, pessoas com DI geralmente necessitam de algum tipo de suporte ao longo da vida, sendo que o tipo e intensidade do apoio muda com o tempo e podem ser menores na vida adulta se houverem intervenções específicas e adequadas durante o período de desenvolvimento e sua inclusão.
Pessoas com Deficiência Intelectual (DI) frequentemente convivem com comorbidades, que são classificadas como deficiências psicossociais ou que podem favorecer o aparecimento de doenças mentais. Além disso, o contexto de desenvolvimento e convivência também são determinantes para números elevados, chegando possivelmente a 30% de acometimento por doenças mentais entre pessoas com DI.
Além de todo o histórico de discriminação e de internação manicomial a que ambas as condições já estiveram associadas, tanto a deficiência intelectual quanto as doenças mentais podem ser impactadas pelo contexto sócio-econômico e podem afetar a qualidade de vida, a interação social e o desenvolvimento cognitivo dessas pessoas.
Para buscar ajuda no SUS, conheça: o atendimento gratuito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS); atendimento especializado nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e apoio emocional disponível 24 horas no Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo telefone 188 ou pelo chat online no site oficial.
Cuidar da saúde mental é um passo importante para uma vida equilibrada e feliz. Todo mundo merece se sentir bem consigo mesmo!
https://www.paho.org/es/campanas/haz-tu-parte
https://janeirobranco.org.br/campanha-janeiro-branco/
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/lei/l14556.htm
https://www.paho.org/es/temas/proteccion-promocion-derechos-humanos-salud-mental
https://pensesus.fiocruz.br/sa%C3%BAde-mental
https://www.ufmg.br/saudemental/saude-mental/o-que-e-saude-mental/
https://www.ufmg.br/saudemental/saude-mental/mitos-e-fatos%e2%80%8b/
https://www.instagram.com/p/DEfsyP4xqT1/
https://icd.who.int/browse11/l-m/en#/http://id.who.int/icd/entity/605267007
https://www.tjsp.jus.br/Noticias/Noticia?codigoNoticia=96109
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